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Pagamentos digitais: os vencedores da COVID?

A pandemia acelerou ainda mais a interação da sociedade com os pagamentos digitais, obrigando a indústria a adotar tecnologia em pouco meses. Os consumidores deixaram de ir ao sítio físico para ir ao url, adicionando milhares de utilizadores ao mundo dos pagamentos digitais. O vírus cimentou os hábitos de consumo online que se irão prolongar após a sua tão esperada erradicação.

As condições sociais provocaram uma urgência na adaptação dos consumidores, obrigando-os a ser proativos, rápidos e eficazes na utilização dos pagamentos digitais. Com ou sem COVID, a taxa que não diminui são as expectativas dos utilizadores que, independentemente do contexto, querem efetuar uma compra rápida e que lhe sejam oferecidas muitas opções de providers.

Já era expectável que as gerações Z e Y liderassem a revolução dos pagamentos digitais, mas o vírus obrigou a uma rendição das gerações mais antigas a este método. Afinal, todas as crises são simultaneamente destrutivas e criativas para a inovação.

Esta era já uma revolução pedida pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USADI), que quando lançou a sua estratégia digital há cinco anos para promover a aceitação dos pagamentos digitais, não esperava que um vírus altamente transmissível e prejudicial pudesse ajudar a esta luta pelo pagamento digital.
 

A criatividades dos cibercriminosos

 

O aumento significativo da utilização dos pagamentos digitais, impulsionada pelas medidas de confinamento e de distanciamento social, trouxe à superfície outro vírus – as fraudes.

A troca de dinheiro físico diminuiu drasticamente, uma vez que foi tido como uma possível transmissão do vírus. Com esta mensagem de alerta, os cidadãos começaram a adotar outra forma de pagamento, descartando totalmente as notas e as moedas. De acordo com a Initiative Deutsche Zahlungssysteme, organização do setor de pagamentos, os alemães estão a deixar de usar dinheiro físico por razões de higiene e, nos Estados Unidos da América, mais de 50% dos consumidores afirmam que não querem utilizar dinheiro em detrimento dos cartões de crédito (dados da Travis Credit Union).

É uma mudança que já estava em andamento, mas foi totalmente acelerada com o novo contexto social e económico. No entanto, também aumentou as preocupações sobre os potenciais riscos de segurança para empresas e consumidores.

Os possíveis perigos relacionados com os pagamentos digitais incluem o roubo do número de conta bancária e informações pessoais. Apesar do roubo de dados no ponto de transação ser difícil, pode haver situações em que os cibercriminosos tentem aceder aos bancos de dados que contêm informações sobre os cartões de crédito e débito.

Os "ladrões” também alteraram as suas táticas. Muitas são as mensagens e emails que milhares de pessoas recebem diariamente com prémios exuberantes, envolvidos numa teia tão credível e fundamentada que até parece verdade. Aliás, há relatos de venda de "pacotes médicos Covid-19”, que visam recolher informações pessoais com o intuito final de roubar dinheiro. Também já ouvimos denuncias de burlas a idosos, prometendo fazer as suas compras para que estes não corram perigo de infeção. 

Os dados da Interpol são claros: 900.000 mensagens de spam, 700 ataques de malware e 48.000 domínios maliciosos foram descobertos nos primeiros quatro meses de 2020.

Pagamentos digitais: um futuro sem dinheiro nas carteiras

 

Se em 2019 o número total de pagamentos não monetários na Europa aumentou para 98,0 bilhões em comparação com o ano anterior e com o cartão a representar 48% de um total de 162,1€ trilhões, imaginemos em 2020.

A Europa tem um mercado de pagamentos digitais evoluído e suficiente maduro que está a originar ano após ano um declínio nas agências bancárias e caixas eletrónicas, revelando o afastamento dos europeus ao dinheiro físico. Já os chineses são atualmente os consumidores de eleição do cartão, com quase 70% dos chineses a utilizar diariamente os pagamentos digitais para pagar as suas compras.

Mas ainda existem países que são altamente dependentes de dinheiro? Sim! América Latina e a Índia são dois exemplos desta realidade, mas também já se começa a assistir a um desenvolvimento de uma cultura eletrónica de pagamentos. Este desenvolvimento não é tão acelerado como noutros pontos do globo devido à desconfiança nas organizações bancárias, bem como pelo desconhecimento e literacia sobre esta forma de pagamento, aliada às condições económicas dos cidadãos.

Num futuro não muito distante, podemos começar a efetuar pagamentos através da nossa voz, de criptomoedas e pagamentos biométricos (incluindo reconhecimento facial).

A verdade é que a pandemia COVID-19 trouxe uma interrupção à maneira como os consumidores transferem e efetuem pagamentos. O medo generalizado da transmissão do vírus foi o mote para uma tendência que já se estava a instalar em todo o mundo. As empresas adaptaram-se, os consumidores continuaram a comprar e o mundo continuou a girar.

Poucos setores irão sair desta crise pandémica com lucros e benefícios, mas o mundo dos pagamentos digitais não está incluído neste grupo. É, de facto, um dos grandes vencedores do COVID-19.
 
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