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Comércio, o regresso depois do confinamento

Comércio, o regresso depois do confinamento

Temos vivido nos últimos 2 meses uma realidade completamente diferente daquela que nos era habitual. Se antes estávamos habituados a circular livremente pelas ruas e lojas, e a interagir com as outras pessoas sem receios, o ano de 2020 veio colocar em causa toda a nossa construção de dia a dia. De um momento para o outro, sem grandes avisos, começamos a colocar em causa todos os nossos hábitos e rotinas diárias, sendo obrigados a um confinamento que nos privou de contactar com amigos e família, assim como de frequentarmos locais com grandes aglomerados de pessoas, ficando limitados ao essencial para protegermos a saúde de todos.

Uma pandemia que gerou uma grande crise sanitária a nível global, resultou também num grande problema empresarial. Devido à falta de clientes ou ao perigo de contágio, muitas empresas viram a sua atividade reduzida ou suspensa, resultando em grandes quebras de faturação.

O comércio em tempo de Covid-19


A Covid-19 trouxe consequências pesadas para o setor do comércio. Segundo dados da Eurostat, em março o volume de vendas caiu 9,2% na zona euro e 8,2% na União Europeia, face o período homólogo, e 11,2% na zona euro e 10,4% na União Europeia, em comparação com o mês de fevereiro. Segundo a mesma fonte, em Portugal, este setor registou em março uma quebra de 6,8% em termos homólogos e de 9,1% face ao mês de fevereiro.

Um outro estudo, neste caso realizado pelo INE, sobre o acompanhamento do impacto da pandemia nas empresas na semana de 27 de abril a 1 de maio, mostra que no setor do comércio 84% das empresas mantinham-se em funcionamento, enquanto 15% tinham encerrado temporariamente e 1% tinha encerrado definitivamente.

A reabertura gradual do comércio


Com a propagação do vírus aparentemente controlada, começa agora uma nova fase para a economia nacional. Com o levantamento do estado de emergência, os vários setores estão agora abrir de forma gradual com o objetivo de tentar retomar lentamente o ritmo normal que tínhamos vivido até aqui. Assim, segundo o calendário do governo, foram definidas as seguintes datas para a abertura dos vários espaços comerciais e restaurantes com obrigatoriedade de uso de máscaras e outras condicionantes:
  • 4 de maio - Abertura do comércio local com porta aberta para a rua e área até 200 m2, dos cabeleireiros, das manicuras e similares e das livrarias e comércio de automóveis (independentemente da área).
  • 18 de maio - Abertura de lojas com porta aberta para a rua e área até 400 m2 ou partes de lojas até 400 m2 (ou maiores por decisão da autarquia), dos restaurantes, cafés e pastelarias (com permissão para esplanadas).
  • 1 de junho - Abertura de lojas com área superior a 400 m2 ou inseridas em centros comerciais.

Quais as tendências para o comércio no período pós-Covid?


Se a Covid-19 veio trazer vários obstáculos e dificuldades ao setor do comércio, a verdade é que acelerou certas inovações que já se afirmavam como tendências para o futuro e obrigou os gerentes e proprietários dos negócios a reinventarem-se para fazer face às dificuldades.

Numa altura em que começamos a regressar à normalidade, a plataforma Trendwatching avança algumas tendências que poderão marcar este período pós- Covid:
  1. Economia da experiência virtual - Embora a realidade virtual seja já uma tendência crescente no setor do comércio, este período de ausência das lojas físicas fez crescer a necessidade de teste e experimentação dos produtos virtualmente.

  2. Compras por streaming - Se a venda através de diretos nas redes sociais já era uma realidade nos últimos meses, este conceito, aliado ao comércio eletrónico, deverá observar um crescimento nos próximos tempos, permitindo às pessoas conhecer em tempo real os produtos, podendo interagir de forma a esclarecer dúvidas ou conhecer com mais detalhe alguns pormenores.

  3. Companhias virtuais - Na ausência de um assistente de loja pronto a dar uma opinião ou esclarecer as dúvidas, no futuro espera-se o crescimento dos chatbots e dos assistentes virtuais de forma a tornar a experiência de compra mais personalizada e completa.

  4. Ambient welness - Os últimos tempos têm chamado a atenção das pessoas para o cuidado com a higiene pessoal, a saúde e alguns hábitos do dia a dia que podem penalizar o bem-estar. Assim, este poderá ser um ponto importante para alguns comerciantes se destacarem, oferecendo uma atenção redobrada nestes pontos mesmo depois da pandemia.

  5. A-commerce - A inteligência artificial e a robótica vão começar a entrar cada vez mais no setor do comércio, permitindo uma experiência mais automatizada e que irá diminuir o contacto, o que poderá ser útil em certas condições e negócios.

Digitalização como aposta de futuro para o setor do comércio


De forma a enfrentar as dificuldades introduzidas pela pandemia, muitas empresas encontraram no digital uma forma de manter a sua atividade e de chegar a novos clientes. Durante este período, muitas empresas criaram a sua loja online para vender os seus produtos, apostaram mais nas redes sociais para divulgar a sua oferta e utilizaram ferramentas na cloud para armazenar ficheiros, fazer vendas à distância ou para reunir com clientes, fornecedores e colaboradores. Esta foi assim uma forma de forçar a introdução da digitalização em várias empresas, que têm agora a oportunidade de continuar a explorar o mundo digital de forma a criar mais um canal de vendas para os seus produtos.

Um regresso à normalidade no comércio


Com a reabertura gradual do comércio, espera-se agora um regresso lento à normalidade. Embora este período tenha gerado algumas dificuldades a algumas empresas, espera-se que se consiga atenuar nos próximos meses os prejuízos gerados.

De forma a dar alguma esperança ao período que se avizinha, podemos olhar para o exemplo do mercado chinês, onde pouco depois do fim do confinamento obrigatório, gerou-se uma onde de vendas elevada que ficou conhecida como "Revenge Spending” (gastos de vingança, numa tradução livre), que deu ao comércio uma boa bolsa de ar. 

Já um estudo da Delloite para o mercado espanhol, com paralelismo feito para o nosso mercado pelo Dinheiro Vivo, identifica o setor do comércio como "lebre”, evidenciando a possibilidade de uma rápida recuperação já nos próximos meses.

Nesta altura de recuperação, poderá sempre contar com as soluções tecnológicas da PRIMAVERA para o setor do retalho, como é o caso do Tlim, que irá ajudar na gestão do seu negócio, rumo à prosperidade. 
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