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Big Data: afinal o que é e para que serve?

A cada minuto que passa são enviados 13 milhões de SMS, feitas 3.9 milhões de pesquisas no Google, publicados 510 mil comentários no Facebook e partilhadas 49 mil fotos no Instagram. Ao mesmo tempo, são vistos 4.3 milhões de vídeos no Youtube e sete mil pessoas fazem match no Tinder.

Estes são apenas alguns dos números resultantes das nossas ações individuais e tudo isto acontece enquanto o ponteiro dos segundos completa uma volta no relógio. Se a isso somarmos os dados gerados em transações financeiras ou registos resultantes da atividade das empresas e do setor público (e multiplicarmos tudo por 1440 minutos), mais facilmente compreendemos que todos os dias sejam criados 2.5 triliões de bytes de dados. (o trilião é a unidade seguida de dezoito zeros).

Por que é que tudo isto importa? Porque ao criarmos esta imensidão de dados, a que chamamos Big Data, estamos também a dotar as empresas de informação ultra valiosa que pode ser utilizada para aprofundar o conhecimento sobre os seus clientes e suportar a tomada de decisões. Mas não é tudo. As cidades podem também utilizar o Big Data para otimizar os fluxos de tráfego e o consumo de energia, a medicina para controlar e prevenir a ocorrência de epidemias e a ciência para ajudar a revelar os mistérios do Universo. Demasiada informação para processar em tão pouco tempo? Vamos então por partes. Antes de mais, importa esclarecer o que é o Big Data. De seguida mostramos-lhe como este pode beneficiar a vida nas empresas.

O que é afinal o Big Data? 


Pensar na vastidão do universo e na diversidade dos elementos que o constituem (planetas, estrelas e outros corpos celestes) pode ser uma boa forma de entendermos o que é o Big Data. E se é verdade que o primeiro está em constante expansão, o mesmo podemos dizer do ritmo exponencial a que evolui o segundo, basta termos em conta que 90% dos dados no mundo foram gerados apenas nos dois últimos anos.
 
Mas mais do que bits e bytes, ou neste caso Petabytes (a medida que equivale a um milhão de Gigas), o conceito de Big Data engloba também a recolha, armazenamento e processamento dessas quantidades massivas de dados. Para "tratar” os dados em bruto e deles extrair informação relevante, os tão famosos insights, são ainda utilizados mecanismos analíticos avançados (Big Data Analytics). Além do volume, quando falamos de Big Data falamos também da variedade dos dados.

 Todos os dias são criados 2.5 triliões de bytes de dados. Só nos dois últimos anos, foram gerados 90% dos dados no mundo.

Recolhidos por dispositivos ligados em rede, que vão desde os telemóveis aos sensores utilizados na indústria, estes dados assumem diferentes formas e graus de organização. Podem ser estruturados, como acontece com as bases de dados relacionais e folhas de cálculo, ou não estruturados (a grande maioria), como é o caso das imagens, vídeos, sons e texto.

Outra das características que ajuda a definir o Big Data é a velocidade a que os dados são recolhidos e integrados nos sistemas, permitindo reagir a um determinado evento em tempo real (ex: controlo automático de tráfego nas ruas).

Para que serve o Big Data?


De acordo com um estudo da Accenture, 79% dos executivos concordam que se as empresas não adotarem estratégias de Big Data perderão o seu posicionamento competitivo, correndo mesmo o risco de se extinguirem. Além disso, 83% afirma ter já implementado projetos de Big Data de forma a ganhar vantagem competitiva.

Se a esta altura continua a ter dúvidas sobre a importância do Big Data para as empresas, mostramos-lhe agora mais cinco razões para mudar de ideias. Entre outras coisas, o Big Data contribui para:

1. Desenvolver a Inteligência de Negócio

Até há pouco tempo as empresas estavam limitadas à análise de dados históricos que eram recolhidos internamente. Aquilo que o Big Data trouxe para cima da mesa foi não só a variedade de dados que agora podem ser analisados (posts no Facebook ou fotos partilhadas no Instagram), como ainda a possibilidade de o fazer no preciso momento em que são gerados. Esta capacidade de criar insights em tempo real confere às organizações uma enorme rapidez na tomada de decisões. Além disso, a combinação de tecnologias de Business Intelligence, Big Data e Advanced Analytics permite descobrir novos casos de uso, que não haviam sequer sido considerados até agora. 

2. Conhecer melhor os clientes
  
Esta talvez seja uma das aplicações mais publicitadas do Big Data. E com bom motivo. Graças ao cruzamento de dados provenientes de fontes como as redes sociais ou os registos recolhidos pelos navegadores (browsers), as empresas podem agora traçar um perfil muito mais completo dos seus clientes, com informação que vai desde aquilo que compram, até ao que estes dizem acerca dos seus produtos e dos da concorrência. Esta informação é particularmente útil à construção de modelos preditivos.

3. Criar novos produtos e serviços
  
Saber o que os consumidores querem no presente e poder antever aquilo que irão desejar no futuro é determinante no que toca à inovação e ao melhoramento dos produtos. Hoje existem diversos canais que as empresas podem utilizar para estudar as necessidades dos clientes. Depois, através de mecanismos de Big Data Analytics, é possível identificar a melhor abordagem e agir com base nessa informação, quer seja para melhorar um produto existente, quer seja para lançar uma nova linha no mercado. Segundo um estudo da consultora NewVantage Venture Partners, o Big Data é já aplicado na criação e lançamento de novos produtos e serviços por 63% das empresas inquiridas, com uma taxa de sucesso de 36%. No que diz respeito à utilização do Big Data para abrir caminhos à inovação e disrupção, as empresas afirmam ter sido bem sucedidas em 44.3% dos casos.

4. Aumentar a eficiência das operações

São já várias as formas em que o Big Data é utilizado para otimizar os processos de negócio de uma empresa, a começar pela gestão de stocks. Os dados recolhidos nas redes sociais, pesquisas em motores de busca ou até mesmo as previsões do estado do tempo, ajudam os retalhistas a detetar tendências de consumo e antever picos de procura. Também os processos relacionados com a supply chain podem beneficiar da utilização de Big Data Analytics. Um dos exemplos é a otimização das rotas de abastecimento através da integração de dados em tempo real sobre o estado do trânsito e da utilização de sensores RFID para monitorizar os bens e veículos. 

5. Reduzir custos

No caso da indústria, a aplicação de sensores que recolhem dados como a temperatura ou vibração, é fundamental para avaliar a performance dos equipamentos e acautelar uma manutenção preditiva, reduzindo a necessidade de reparações e evitando custos. No estudo da NewVantage Venture Partners, o tópico em cujas iniciativas de Big Data se mostraram mais frutíferas para as empresas, com uma taxa sucesso de 49.2%, foi precisamente o da diminuição das despesas.


Que os dados são o "novo petróleo” é algo mais do que evidente, mas o poder que estes conferem às empresas depende em grande parte da capacidade que estas tiverem de se adaptar. Não só é necessário implementar a tecnologia adequada, mas também, e talvez até mais importante, é fomentar uma cultura corporativa orientada para os dados, em que os processos de tomada de decisão, a todos os níveis da organização, sejam sempre suportados por factos e informação fidedigna. Só assim será possível ganhar vantagem competitiva.

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